quarta-feira, julho 18, 2007

Em busca da batida perfeita

Parafraseando Marcelo D2...

Em meu trabalho sobre produção artística e práticas colaborativas apresentei um questionário, assim como quem não quer nada para alguns amigos djs. O que me chamou a atenção é que os poucos que sabiam o que era o copyleft e creative commons me responderam que se fossem eles os artistas não adeririam a essa prática.

A resposta foi que eles deixariam de ganhar sobre suas obras se fosse permitida a distribuição livre (entendam, disse distribuição, não disse comercialização). O que me intrigou foi que eram artistas que conseguiram seu lugar ao sol justamente por causa do aspecto de disseminação livre na rede. Porque agora isso? Agora que conseguiram seus contratos com gravadoras estariam livres dos reles mortais que passam noites redistribuindo música?

Ao começarem com seus trabalhos, eles usavam músicas protegidas por copyright. Nada contra, afinal, a profissão de Dj exige isso. Mas ao definirem que não licenciariam suas músicas para livre distribuição, isso não é cuspir no prato que comeram? Será que o ego é mais alto que a cultura geral e o cheque no final do mês falam mais alto do que todos os preceitos que os ergueram onde estão hoje?

O argumento usado como resposta foi que se eles usassem o que já existe em creative commons seria algo pobre, pois (segundo eles) não existe um banco com samples de qualidade sob essa licença. Não seria então lógico aumentar esse banco? Colaborar? Pq é mais fácil para eles criar em cima de copyright?

Não é fácil de adivinhar? Eles têm contrato com gravadora, shows agendados e uma nobre multidão de adeptos ao redor do mundo.

O rato não morreu de ignorância, morreu de hipocrisia.